sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Eu Pago e Exijo

Subsistência, mercantilismo, extração, importação, manufaturar, exportação, industrialização, produção em massa, desenvolvimento humano, desenvolvimento socioeconômico, diplomacia. Este é o delineamento seguido pelas grandes potências do mundo. Ao passo que, a sua sociedade se desenvolve à medida que o seu país também o faz. Examinamos também, que todas essas nações, utilizaram-se tanto da mão de obra servil quanto da mão de obra escrava. Entretanto, abandonaram estes conceitos e passaram a valorizar o trabalho assalariado e obtiveram o melhor retorno: A dignidade e cidadania. Infelizmente, o Brasil permanece estatizado quanto a estes carateres.

“Quê q’uié? Tô paganu!”

A humorista Katiuscia Canoro, intérprete da personagem Lady Kate do programa Zorra Total, tem feito sucesso em meio à sociedade. O seu carisma, a sua aparência e as frases engraçadas e gramaticalmente incorretas são o delírio do cidadão brasileiro. Infelizmente a personagem demonstra uma veracidade a respeito de nossa sociedade, que um dia teve com princípio a mão de obra escrava em sua economia.

Alguma vez você já deve ter se deparado – caso não tenha sido o autor – com a seguinte cena: Um cliente insatisfeito com o atendimento utiliza-se da popular frase “eu estou pagando você”. Ou seja, simplesmente por ser pago, o atendente está submisso a todas as vontades do cliente? Quer dizer que somente por estar aplicando dinheiro, aquele cliente tem o direito de humilhá-lo e dizer-lhe o que bem entende? É evidente que o perfil da maioria dos cidadãos gira em torno deste pensamento.

É importante salientarmos que não foi feita qualquer crítica à personagem Lady Kate ou a sua intérprete Katiuscia – que, aliás, exerce o seu trabalho de forma excelente – e, sim, evidenciar fatores de uma sociedade demasiadamente hipócrita quanto aos direitos de cada cidadão. É claro que quando há algum gasto de nossa parte, o correto é exigirmos o serviço que nos foi oferecido. Entretanto, esse valor empregado não é motivo para tanta arrogância e pretensão ao ponto de nos elevar à posição de donos do mundo e da verdade, onde quaisquer mínimos valores que sejam nos leve a acreditar que exercemos poder sobre outro indivíduo.

Esta hipocrisia, de fato, vem se alastrando, não somente em meio à classe alta, mas também vem ganhando grande influência sobre as classes mais baixas. Logo, meça bem suas palavras antes de exigir qualquer coisa, que, a seu ver, está no seu direito como cidadão, pois após proferi-las não existe retorno. Reflita.

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