segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Para Aprender a Gostar de Viver


Certo dia sai do serviço quando começou uma chuva torrencial, o céu estava com tons lúgubres como um cemitério flutuante. Os relâmpagos traziam consigo a água e o terror fazendo algumas nuvens ficarem iluminadas, as quais pareciam tomar a forma de caveiras esbranquiçadas e mortais. Naquele momento, funcionários reuniam-se no piso térreo visualizando a tormenta que não parecia ceder.

Caminhei até o portal, levantando a cabeça lentamente e sorri. Fechei os olhos e corri em direção à água torrencial. Outros funcionários observavam-me perplexos. Virei-me com um movimento lânguido acompanhado com a água escorrendo rente aos olhos, o emaranhado de cabelos pretos desmanchavam-se em minha cabeça. Os rostos com entonação de dúvida miravam-me. Somente pude sorrir e continuar a chutar a água e dançar enquanto aquelas gotículas ganhavam meu corpo e minhas roupas. Aos poucos, outros funcionários reuniram-se a mim e quando me dei por conta, estávamos todos brincando na chuva.

Sorri novamente, fui traçando meu caminho para fora dali. Perguntaram-me aonde eu iria e tudo que pude responder foi:

“Gostar de viver”.

Meus Dias

Cada dia se mostra um verdadeiro desafio. Acordo ás cinco da manhã, tomo banho, café e saio para o cursinho. Já no cursinho são longas cinco horas de estudos intensos vendo fórmulas, datas, conhecendo sistemas políticos, regras gramaticais e afins. Logo após vou direto para o serviço, almoço e converso um pouco com alguns colegas e lá eu passo mais seis horas cadastrando processos, lendo atas, leis e artigos judiciários. Saio do serviço e vou para o colégio, mais cinco horas estudando, sem professores. Aproveito para revisar a matéria do cursinho. Cada dia uma imensa rotina. Exaustiva. Debilitante. Entediante? Devo discordar. É revigorante!

Os dias passam e me sinto mais seguro de mim. Procuro ver o bom lado de tudo, categorizando cada mínimo momento que tenho como uma coisa boa, por mais desafiadora que ela pareça. Minutos se passam, transformam-se em horas, as horas em dias, os dias em anos. Contanto que cada dia seja único a sua maneira rotineira não me trás qualquer tristeza.