domingo, 22 de dezembro de 2013

Temos nosso próprio tempo

"O tempo é o melhor remédio", "Só o tempo vai curar", "Com o tempo você vai entender". Legal, mas quanto tempo? Quanto tempo temos que dar ao tempo para que este faça sua mágica?
Sempre me perguntei isso, sempre estranhei essas frases. Se existe um tempo exato pra se curar, pra se crescer, pra se mudar, se eu não o faço nesse intervalo, me perco de vez? Se cada um tem seu próprio tempo, por que o meu não pode ser daqui 2 segundos e eu não precisar esperar nada? 
Sim, tempo é um termo relativo, mas pra mim ele vai além de uma mera relatividade de quantas voltas no relógio cada um precisa. Ele vai até quantos relógios cada um precisa pra cada coisa da sua vida, cada um dando uma quantidade diferente de voltas e se você consegue administrar essa quantidade.
Mas quando eu penso em como o tempo funciona pra mim, não é nada disso que eu vejo. Meu relógio na verdade é um despertador. Só percebo quanto tempo se passou depois que ele me acorda, que ele grita e me assusta e me faz ver que já ta na hora de levantar de novo. Não tem um longo e lento processo de pensar enquanto milhares de tique-taques ecoam na minha cabeça. Tem um alarme que fica tocando até eu perceber que eu tenho que programá-lo pra próxima coisa.
Esse negócio de o tempo ser o melhor remédio pode funcionar pra muita gente, mas pra mim isso é uma desculpa pra não fazer nada, pra ficar estagnado pensando em respostas que você já tem, pra adiar uma decisão que você tem medo de tomar.
Mas sei lá né, vai que com o tempo eu mude de ideia...



Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

(Tempo Perdido - Legião Urbana)