sexta-feira, 24 de abril de 2009

Vestibulando não Vive, Vestibulando Estuda


Faz cerca de dois meses que entrei no preparatório para vestibular, os amigos do quotidiano já têm plena noção de que eu não saio mais para as “baladinhas” e “barezinhos” da vida. Pois é, os relatos dos meus amigos veteranos em universidades públicas sempre diziam que, se eu quisesse realmente entrar, teria que dar o meu sangue. Na época achei isso um exagero, e hoje vejo que eles tinham toda a razão.

Apesar de querer uma carreira na área de humanas, ter facilidade com exatas e gostar de biológicas, vejo o quanto é bom simplesmente gostar de estudar. É o tipo de coisa que eu mais gosto: simplesmente estudar, passar horas com o nariz dentro de algum livro, ler e fazer exercícios até a tendinite atacar. O cursinho tem me apresentado novos amigos e o que é melhor: potencializado a minha forma de estudos e a minha idéia conceitual sobre tudo aquilo que já estudei antes.

Os livros, os risos, os simulados e as aulas, tudo em si é gostoso. Os amigos juntos, todos querendo a mesma coisa, todos servindo de apoio e ao mesmo tempo tendo certa rivalidade. Inspiro-me nos antepassados do curso, como o João, que virou lenda:

Um garoto de 19 anos que veio de colégio público, como eu, e passou em primeiro lugar em medicina, não só em uma, mas em todas as universidades públicas que ele prestou: UniFESP, USP, Unicamp e Federal do Triângulo Mineiro .

No meu caso não precisa ser o primeiro lugar, contento-me com o segundo, o terceiro, ou mesmo o último, sinceramente, não me importo. Só não gostaria de ter que estudar mais um ano para depois começar a estudar na área que eu quero.

Mas sei que os meus esforços vão ser recompensados, os simulados estão demonstrando isso, já tive um excelente avanço, passando de nota D para B. E isso não porque eu sou burro ou coisa do tipo, mas sim porque o nível de educação nos colégios públicos é de péssima qualidade. Mas com o tempo sei que vou poder me colocar junto aos melhores e me destacar. Já estou até sonhando com o Doutorado, e olha que ainda nem sou Bacharel!

domingo, 19 de abril de 2009

Por Pedro Bandeira



"Nesse físico de um deus grego,
Numa intensa relação,
Eu pálida e bêbada , tremo
E me afogo e me sufoco
Entre loucura e paixao

Quero fundir meu corpo,
No teu corpo junto ao meu.
Nos teus braços serei cega
Pra que sejas o meu guia.
Nos seremos a matéria,
Nosso amor será a energia.

Se esse amor me modifica,
Me transforma, me edifica,
Se ele afeta tanto a mim,
também te transformara.
A energia desse amor
Afetou-nos para sempre
E a matéria que hoje somos
Outra matéria será...

Seremos dois novos amantes
Pelo amor energizados
Transformados,
Mas em que??
Quem eras antes de mim??
Quem sou depois de você??

No meu seio serás meu,
Para o uso que quiser.
Nos teus braços em abandono,
Ao teu lado sou mulher."

Poema Retirado de "A Marca de Uma Lágrima"

Por Markus Zusak



"Essas imagens eram o mundo, que cozinhava em fogo brando dentro dela, sentada ali com os livros encantadores e seus títulos manicurados. Fermentava dentro dela, enquanto a menina olhava as páginas, com suas panças cheias até o gorgomilo de parágrafos e palavras.
Suas cretinas, pensou.
Suas cretinas encantadoras.
Não me façam feliz. Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo o arranhão dentro de mim? Estão vendo ele crescer bem diante dos seus olhos, me corroendo? Não quero ter esperança de mais nada. Não quero rezar para que Max esteja vivo e em segurança. Nem Alex Steiner.
Porque o mundo não os merece."

Trecho retirado de "A Menina que Roubava Livros"