Faz cerca de dois meses que entrei no preparatório para vestibular, os amigos do quotidiano já têm plena noção de que eu não saio mais para as “baladinhas” e “barezinhos” da vida. Pois é, os relatos dos meus amigos veteranos em universidades públicas sempre diziam que, se eu quisesse realmente entrar, teria que dar o meu sangue. Na época achei isso um exagero, e hoje vejo que eles tinham toda a razão.
Apesar de querer uma carreira na área de humanas, ter facilidade com exatas e gostar de biológicas, vejo o quanto é bom simplesmente gostar de estudar. É o tipo de coisa que eu mais gosto: simplesmente estudar, passar horas com o nariz dentro de algum livro, ler e fazer exercícios até a tendinite atacar. O cursinho tem me apresentado novos amigos e o que é melhor: potencializado a minha forma de estudos e a minha idéia conceitual sobre tudo aquilo que já estudei antes.
Os livros, os risos, os simulados e as aulas, tudo em si é gostoso. Os amigos juntos, todos querendo a mesma coisa, todos servindo de apoio e ao mesmo tempo tendo certa rivalidade. Inspiro-me nos antepassados do curso, como o João, que virou lenda:
Um garoto de 19 anos que veio de colégio público, como eu, e passou em primeiro lugar em medicina, não só em uma, mas em todas as universidades públicas que ele prestou: UniFESP, USP, Unicamp e Federal do Triângulo Mineiro .
No meu caso não precisa ser o primeiro lugar, contento-me com o segundo, o terceiro, ou mesmo o último, sinceramente, não me importo. Só não gostaria de ter que estudar mais um ano para depois começar a estudar na área que eu quero.
Mas sei que os meus esforços vão ser recompensados, os simulados estão demonstrando isso, já tive um excelente avanço, passando de nota D para B. E isso não porque eu sou burro ou coisa do tipo, mas sim porque o nível de educação nos colégios públicos é de péssima qualidade. Mas com o tempo sei que vou poder me colocar junto aos melhores e me destacar. Já estou até sonhando com o Doutorado, e olha que ainda nem sou Bacharel!