'Cause I'll just make the same mistake again

Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro
E fizesse parar de chover
Nos primeiros erros
Meu corpo viraria sol
Minha mente viraria sol
Mas só chove, chove
Chove, chove (Primeiros Erros - Capital Inicial)

Será que é tão ruim assim errar?
Não é humano? Não é o que todo mundo faz? Então por que julgam tanto quando acontece?

É só um erro...

O problema é que não é só um erro, são vários, são acumulativos, são incessantes, sufocantes. Esse é o problema, não são os outros que vão te julgar, mas você mesmo o fará. Você se julga e se condena, se pune e se martiriza por tudo o que é tão comum ao ser humano, mas tão errado e estúpido que deve ser eliminado.
Você nunca se coloca como inocente, e o pior, nunca se da uma segunda chance, porque no fundo você sabe que vai cair de novo. E enquanto você cumpre sua pena, continua vivendo.

E errando.

Enquanto você não admitir que faz parte desse mundo, que é igual a todos, vai continuar se culpando e indo cada vez mais pro fundo. E vai acabar se mandando pra solitária, se isolando dos outros prisioneiros que afinal estão apenas vivendo, aprendendo com as quedas, enquanto você se bate no chão na esperança de ganhar asas.
Quando você descobrir que você pode sim errar e se machucar, quando você perceber que sangra, e, portanto, é humana, vai entender que tudo pelo que você passa é normal, não é bom, mas faz parte do caminho, e o caminho é melhor que a chegada, seja lá pra onde ela for.

Mas você não é igual aos outros. Na sua cabeça você é inferior, não é merecedor da felicidade e das segundas chances, você não é nada, você é a personificação do próprio erro da vida. Como é possível que eu mereça ser feliz sendo tão inútil?

Em uma coisa você está certo. Você não é igual aos outros. E não existem inferiores e superiores, existem os diferentes. Um mundo de diferenças e diferenciais que fazem parte da dança do teatro da vida e proporciona a ela diversos personagens principais.

E todos eles erram.

Será que errar é tão errado afinal?

Faz parte do segredo
Insistir nos erros
Aprender com os tropeços
E ainda assim cair... (Drikasmoura)