quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Resposta aos Cronic Readers


O meu último post, sobre o filme Brüno – que nem é tão meu assim –, nem bem chegou ao blog e já recebi diversos e-mails perguntando se eu sou a favor ou contra a causa gay. Um rapaz que passou por aqui, aparentemente confundiu o blog com um sobre temáticas para o público GLS – LGBT pelo que este dos comentários afirma.

A questão é que não era esse o intuito do post, dizer se sou a favor ou contra, e sim mostrar que o brasileiro em si não comporta esse tipo de informação tão fácil quanto os povos de nações exteriores e acaba interpretando de maneira errônea o tema do filme.

Contudo, muita gente começou a se mobilizar, pedindo posts acerca da minha opinião sobre casamento gay, direitos homossexuais, a importância dos homossexuais na história e sociedade contemporânea etc. Enfim, o filme Brüno, ao contrário do que eu pensava, é realmente muito bom. Não é apenas mais uma comédia Hollywoodiana barata com piadas envolvendo sexo e homossexuais estereotipados.

Críticas aos grupos neonazistas, aos fundamentalistas do Oriente Médio e do mundo, à futilidade da esfera da moda, da falsa diplomacia – entendam por este trecho, o que se refere à falsa política e medidas protecionistas desnecessárias e não um englobamento a toda a diplomacia, afinal, é “Deus” no céu e Barack Obama na terra – e principalmente aos preconceitos da sociedade como um todo. Enfim, o filme incorpora vários temas recentes e não é somente uma bicha louca zoando héteros.

O seu tema principal, gira sim, em torno da intolerância e preconceitos da sociedade contra os homossexuais. É impressionante como o filme como um todo é tão inteligente, chega a dar inveja da criatividade do autor/roteirista/ator. A minha opinião, por sua vez, quanto ao casamento gay, assume a seguinte forma bipolarizada: do ponto de vista jurídico eu aprovo, do ponto de vista religioso, não.

Pensemos assim: O que afeta a sociedade uma pessoa de certo sexo casar-se com outra do mesmo? Em nada. Porém, os homossexuais devem entender que existem limitações àquilo que gira em torno de seus interesses.

Acredito que um casal, sendo hétero ou gay, deva compartilhar seus bens e exercer posse sobre todo o patrimônio caso um dos companheiros venha a falecer. Os seus respectivos papéis como pais também devem ser integrados, caso adotem uma criança ou a gerem a partir de barriga de aluguel ou inseminação artificial, pois o papel de um “pai” é educar e cuidar da criança e seria injusto essa criança não ter o direito de carregar consigo o nome de quem a criou, é falta de ética com os tutores da criança.

Não acredito que a sexualidade de uma pessoa possa afetar uma criança, pois elas não têm a malícia que nós adultos formados temos – existem adultos em processo de formação, não importa a idade –, pois se afetasse, não existiriam homossexuais, porque antes seria necessário um casal hétero para fazê-los, então, por quê não são héteros também?

Por outro lado, temos o fator religião. O tema padre, igreja, noivo, vestido, véu e grinalda é fator de caráter religioso o que implica permissividade da Igreja Católica Apostólica Romana e, consequentemente, do papa. Do ponto de vista da bíblia, a relação amorosa entre humanos do mesmo sexo é inconcebível. É violar a “pureza” do corpo e submeter-se aos “pecados” de sodomia. Já li a bíblia diversas vezes, e discordo da maioria das coisas que estão ali, por este e outros motivos eu sou ateu.

Acho errado, somente, o ideal de alterar uma religião. Afinal, como o próprio nome diz, são crenças em comum de um seleto grupo de pessoas. Então, porque o grupo homossexual valoriza tanto esse desejo de casamento religioso? Acredito, sim, que você como cidadão e ser humano deve ser respeitado, é como a suprema lei do livre arbítrio: se eu faço tal coisa e não atrapalha a tua vida, por quê você se importa?

Mas a partir daí entramos numa outra questão: a Igreja já mudou tantas vezes, por quê não para nós? Concordo com esse ponto de vista, todavia, não esperem que isso aconteça da noite para o dia. As lutas pelas maiores transformações na Igreja Católica duraram séculos antes de se concluírem. E com o atual papa, que acha que o preservativo é coisa do “capeta” nessa época de epidemias e contaminações, acho difícil conseguirem algo concreto nos próximos anos. Então, lutem sim pelos seus direitos, eu os apóio, porém, respeitem também os limites da sociedade: devo sim te respeitar, mas não sou obrigado a gostar de tudo e de todos. Pois todos nós temos nossas preferências e desaprovações. Ou vai dizer que nunca julgou uma pessoa só pela aparência? Quem não tem teto de vidro que atire a primeira pedra.

P.S.: Gostei das mensagens, enviem mais sugestões de postagens, assim eu entendo melhor as pessoas de fora que aparecem por aqui. Lerei todas, uma por uma, mas não prometo postar sobre tudo. Vou postar o que eu achar coerente.

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