terça-feira, 11 de agosto de 2009

O Leitor - Bernhard Schlink

Desde “A Menina que Roubava Livros”, “A Cidade do Sol” e “O Preço de Ser Diferente” que não encontro um livro tão bom! Minto, li algumas obras de Fiodor Dostoievski, Kafka e Goethe que me deixaram abismado. Li também os três primeiros volumes da série Crepúsculo, os três primeiros do Ciclo da Herança e também comecei “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, todos, sem exceção, são ótimos livros. Entretanto, fazia tempo que não encontrava algo que me movimentasse dessa forma, que me transportasse para a história e me fizesse sentir simpatia e, de certa forma, amor pelos personagens.

Não sei se isso ocorre com vocês: quando você fica tão entretido com uma história que acaba se sentindo parte dela, mesmo que somente como espectador. Aquela vontade de interferir no roteiro, se envolver com o personagem e dizer-lhe:

- Não! Isso não está certo! Você deve fazer isto e isto!

Acredito que ao lermos muito, acabamos desenvolvendo um senso crítico a respeito de certos clichês, como o casal que sempre se une no final e vive feliz para sempre. Sinceramente, isso me deixa fatigado e por vezes acho enfadonha a atividade de ler este tipo de narração. Saliento, então, os três primeiros títulos deste post, que são os meus favoritos, são os três livros especiais que – com exceção do terceiro – têm finais tristes e me arrancaram lágrimas dos olhos. Já os grandes clássicos de Goethe e seus companheiros, não sei bem dizer ao certo como, mas acredito que tenham um charme especial, um requinte singular para cada qual que os torna tão exclusivos e imortais.

Voltando ao livro “O Leitor”, ele possui uma narrativa bem simples. Quando digo bem simples entenda por, algo bem rápido e de fácil leitura. Logo no primeiro dia já tinha passado da metade do livro e olha que nem tenho tanto tempo para ficar lendo.

O roteiro gira em torno de um casal que se conhece pouco tempo depois da Segunda Guerra Mundial. Michael Berg, de 15 anos, e Hanna Schmitz, 21 anos mais velha, acabam se apaixonando e mantendo um relacionamento às escondidas. Com a rotina de marido e mulher, você acaba se apaixonando pelos personagens de uma maneira simplória e bem cativante e no ápice de tudo, Hanna desaparece. Sete anos se passam e Michael se torna amargo e duro com todos e assume um caráter debochado da vida, estudante de Direito – vejam só! – ele reencontra Hanna como ré de um tribunal sendo acusada de crimes cometidos durante a guerra que o fazem entrar num turbilhão de recusa de sentimentos, piedade, secura, amor e ódio.

Não comentarei o final, pois seria antiético e também por eu ainda estar lendo o livro. O que mais me agrada são os diálogos perpetuados entre capítulos curtos, assumindo o controle da narrativa quase como o regente de uma orquestra. Simplesmente delicioso.

P.S.: Este livro, não sei o porquê, me remete muito "A Menina que Roubava Livros" e acredite, não é por causa do tema da Segunda Guerra Mundial.

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